
O Português é uma língua manhosa! Mesmo quando achamos que estamos a falar corretamente, metemos a pata na poça… Mas para quem ainda está a estudar Português, não se assustem: até os nativos dão alguns destes erros! Atrevem-se a testar o vosso nível de Português?
1. Há vs. à
Um dos erros mais comuns em Português é a confusão entre “há” e “a”. Há indica a existência ou a passagem de tempo: “há bifanas”, “há caracóis” (existência) ou “há muito tempo”, “há dois anos”. Não se confundam!
2. Deve de vs. deve
É raro o dia em que não ouvimos alguém a dizer “deve de”, como “deve de ser”, “deve de haver” ou “deve de continuar”, mesmo na televisão. Apesar de ser aceitável segundo a gramática Portuguesa, deve + infinitivo sugere obrigatoriedade ou certeza, enquanto deve de + infinitivo sugere possibilidade ou suposição. Então, é importante distinguir as suas formas quando usamos esta expressão no dia-a-dia!
3. “Hádes” e “Hadem”
Ambas as formas estão incorrectas. “Hádes” e “hadem” não existem. As formas corretas eram “há-de” e “hão-de”, embora o Acordo Ortográfico tenha retirado o hífen a estas duas formas verbais: agora, seriam “há de” e “hão de”.
4. Havia vs. haviam
“Haviam muitos livros” ou “haviam muitos sumos no supermercado”… Errado! O verbo “haver” é um dos verbos que mais dúvidas geram, mas o verbo haver é impessoal e não existe plural. “Haviam” e “houveram” não existem. O correcto é utilizar a forma singular, “havia” ou “houve”.
5. Ser/ estar/ ter/ haver + particípio passado
Há verbos que têm dois particípios passados: um regular e outro irregular. Ou seja, impresso/imprimido, morto/matado, limpo/limpado, etc. Nestes casos, os verbos ser e estar pedem o particípio irregular, por exemplo, “estar morto” ou “estar limpo”. Com os verbos auxiliares ter e haver, emprega-se o particípio passado regular, por exemplo “tinha matado” e “tinha limpado”.
6. Derivado a
“Derivado a” ou “derivado ao” não está correcto. A expressão certa é “derivado de” e “devido a”. Não é uma expressão que se ouça todos os dias, mas de certeza que já ouviu este erro muitas vezes!
7. Gramas
A maioria das palavras que termina em “a” ou “as” é feminina. A maioria. Não é o caso de “grama”, que tem dois géneros. No feminino, a “grama” é a relva ou a erva – por exemplo, a grama do estádio. Já quando vamos pedir fiambre ou queijo no supermercado, devemos dizer “duzentos gramas”, no masculino – porque a unidade de medida “grama” é masculina.
8. “Encontro a” vs. “encontro de”
Outra confusão comum é entre as expressões “de encontro a” e “ao encontro de”. Ambas existem, mas têm significados muito diferentes. Ir de encontro a alguma coisa é embater ou colidir. Ao encontro de é concordar.
9. “Ter a ver”
Nada tem a ver com nada… tem que ver com. Anote!
10. O Acordo Ortográfico de 1990
Muitos Portugueses declaram que já adotaram o Acordo Ortográfico de 1990. Mas será que o fizeram realmente? A maioria das pessoas resume o acordo a eliminar as consoantes mudas, mas mudou muito mais do que isso. Há alterações relativamente aos hífens (como já vimos acima) e também relativamente à acentuação: pára > para, vêem > veem, jóia > joia, etc. Além disso, algumas pessoas começaram a eliminar consoantes em palavras como “contacto” e “pacto”, em que o “c” não é mudo. Então, mesmo entre os que apoiam o Acordo, poucos escrevem corretamente segundo as novas normas. A solução? Voltar às aulas com a ajuda de um explicador de Português.
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