Se não sabe, não invente: deixe o Portunhol!
Em 2021, os turistas espanhóis foram os que mais procuram Portugal para passar férias. Entre a proximidade, a pandemia e dispensa de apresentar teste na fronteira, os espanhóis continuaram a visitar Portugal. Este ano, Porto e Lisboa voltaram a ser o destino preferido de nuestros hermanos para descansar durante a Semana Santa, com números que já se assemelham de 2019. Por isso, falar Espanhol é uma mais-valia para quem trabalha no setor do turismo.
Além disso, pela proximidade ao Português, é possível atingir um nível elevado de Espanhol relativamente rápido. Aliás, provavelmente já percebe bastantes palavras de Espanhol mesmo sem estudar! Portanto, imagine onde pode chegar com um curso intensivo ou com algumas aulas particulares, em que estuda o vocabulário de que mais precisa na sua profissão. Então, porquê continuar a falar “portuñol”?
Basta dar uma volta pela cidade para ouvir coisas como “pero teño tu tamaño”. Evidentemente, a frase segue uma das regras básicas do portunhol: converter todos os ‘nh’ por ‘ñ’, ainda que a palavra não exista em castelhano. (O correto seria ‘tengo’ e ‘talla’.) O mesmo acontece quando – seguindo outra regra básica do portunhol, a de juntar sempre ‘i’ – se pede um ‘documiento’ de identificação. (Na realidade, diz-se ‘documento’. É igual em ambos os idiomas.)
Isto sem mencionar os falsos amigos! Quantos espanhóis terão ficado surpreendidos quando pediram para experimentar um sapato mais ‘largo’ (comprido) e, em vez de receber o número acima, lhes mostraram um modelo mais ‘ancho’ (largo). Ou quando lhes foram buscar uma camisola roxa e não vermelha quando perguntaram se havia em ‘rojo’. (Já agora, roxo é ‘morado’.)
Mas, se mesmo assim nos conseguimos entender, não será difícil melhor a experiência que oferece aos seus clientes se, em vez de aplicar as regras universais do portunhol, aprendesse as regras corretas.
Se não sabe, não se ponha a inventar. Antes de chegar a época alta de verão, procure aulas de Espanhol no Porto e aulas de Espanhol em Lisboa para virar as costas (que não é ‘virar las cuestas’, mas sim ‘dar la espalda’!) ao Portunhol!